quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Poemas ruins versus contos razoáveis



Comecei a escrever poemas com nove anos. Ainda me lembro, sobre o que o meu primeiro poema tratava: a hipocrisia nos velórios, onde inimigos viram amigos, e depois de mortos, todos ficam bonzinhos. Eu reclamava disso. É também de se “enaltecer” a pessoa depois de morta, quando não a respeitavam em vida. Sempre fui uma criança revoltada.

Ah, antes deste teve um outro poema. Eu estava na segunda série, e fiz um poema sobre a Independência do Brasil, eu acho. Era um poema para uma destas datas, que estudamos na escola. Eu fiz um poema protestando contra as injustiças com o povo, e lembro que falei da condição de vida ruim dos aposentados. Sempre fui uma revolucionária, desde pequeninha! É “sangue ruim”, por isso sou mal humorada.

A professora gostou do poema e pediu que eu apresentasse. Na comemoração da escola, no palco, na frente de todos. Para aquela comemoração, achei meu poema mixo, sem sentido. O refiz bonitinho, exaltando o Brasil e sua história, sem nada de crítica social. A professora quando me viu declamar a nova versão ficou decepcionada, e quis saber por que eu mudara o meu poema, ainda mais sem consulta-la. Perdoe-me, professora! Eu só tinha oito anos, e era uma criança insegura, com baixa autoestima. Não confiei no meu taco!

Pulando no tempo. Na adolescência comecei a escrever poemas “água com açúcar”, melosos, capazes de dar até diabetes em quem lia. Me envergonho deles hoje, sabe? Essa coisa melosa, romântica, não tem muito a ver com o que me tornei. Apaguei quase todos os poemas desta época, ou melhor, de cada 100 ficaram 3 ou 4. Eu escrevi muita porcaria! Principalmente quando estava apaixonada.

Fiquei uns bons anos sem escrever, e depois que fiz uma Oficina Literária com o Marcelino Freire, que para mim foi como uma “perda simbólica de virgindade”, ficou para traz o cabaço dos maus poemas, e comecei escrever contos, crônicas, “minhas historinhas”, como prefiro chamar. Com certeza elas são muito melhores que meus poemas. Minhas histórias parecem comigo, e de alguma forma, nelas eu falo de mim. Elas são mais ácidas, cavalas, irônicas, ranzinzas, e por aí vai. Tem tudo a ver comigo mesmo. Gente, eu não sou um mostro! É que estou menstruada. Não fico muito gentil nestes dias. Daqui a pouco eu começo a chorar. Não estou brincando não.

Assim, eu tenho meu blog ”Cozido de Gente” para publicar minhas histórias, e este aqui, “Carne e Rosas”, para publicar o que sobrou dos meus poemas, e compartilhar com quem se interesse, um pouco das coisas que gosto.

Eu vou embora, que é hora de dormir.

Muitos beijos para você!

Tchauzinho e até mais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário