segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Brasileiro casa cada vez mais tarde e separa mais jovem e com menos tempo de casado, diz IBGE





Não se fazem mais casais como antigamente. Este é uma dos pontos que podem observados na pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2011, divulgada nesta segunda-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

O levantamento não deixa dúvidas de que os brasileiros estão casando cada vez mais velhos, mas estão separando cada vez mais jovens e com menos de tempo de união. A tendência foi verificada em 2011, ano-base da pesquisa. Em regra, os casamentos estão durando menos que em anos passados: em 2011, a média era de 15 anos, quando em 2006 alcançou 18 anos. 

Segundo o levantamento, os homens solteiros na data do casamento tinham, em média, 28 anos; enquanto as mulheres se casaram com 26 anos –ambos três anos a mais que os números de 2001, quando os homens casavam com 25 e as mulheres com 23 anos. 

“As oportunidades de trabalho e de educação, assim como a opção cada vez mais comum de convívio em união consensual mostrada pelo Censo Demográfico 2010, são fatores que influenciam no adiamento da formalização das uniões e consequentemente na elevação da idade de solteiros na data do casamento”, explica o estudo. 

Em 2011, o IBGE verificou que a maior taxa de casamento ocorreu entre as mulheres entre de 20 a 24 anos – 30,8 por cada 1.000. Já a taxa de nupcialidade legal para pessoas do sexo feminino entre 15 a 19 anos caiu entre 2001 e 2011. 

Segundo o levantamento, as taxas de casamento das mulheres são maiores que a dos homens nos dois grupos mais jovens, que vai dos 15 aos 24 anos. “Já a da faixa de idade 25 a 29 anos elevou-se continuamente no período analisado, refletindo o aumento da idade média das mulheres ao casar.”

Já os homens tiveram taxa de nupcialidade legal mais elevada entre 25 e 29 anos –32,2 entre 1.000. 

O IBGE descobriu também que houve um aumento do percentual de uniões em que a mulher é mais velha – de 20,3% para 23,7% entre 2001 e 2011. 

“Este quadro é notado em todas as Unidades da Federação, considerando o período de dez anos", apontou o estudo. 

Outra curiosidade verificada pelo IBGE é que os homens a partir dos 60 anos casam bem mais que as mulheres da mesma faixa etárias – entre as mulheres a taxa é de 2,6% do total de casamentos, enquanto que entre os homens chegou a 8,1%. “Devido à sobremortalidade masculina entre os idosos, nas idades mais avançadas há mais mulheres do que homens na população, tornando menores as probabilidades de casamentos das mulheres mais idosas”, explicou o IBGE. 

Separando mais jovem 

Na contramão do casamento mais tarde, o brasileiro pede o divórcio cada vez com menos de tempo de casamento. Houve também queda tímida na idade de separações.

 Entre 2001 e 2011, os casamentos passaram a ser desfeitos com menos tempo de união. Em 2001, por exemplo, apenas 8,5% dos casamentos eram acabados com entre até quatro anos de casamento. No ano passado, esse percentual saltou para 20,8%. 

As estatísticas também apontam para uma tendência dos casais se separarem cada vez mais cedo. Segundo o IBGE, as idades apresentaram “declínio em 2011, tanto para os homens como para as mulheres em relação ao ano de 2006.” No ano passado, a idade média do divórcio era de 42 anos para os homens (um ano a menos que em 2006). Já entre as mulheres, a idade média também caiu um ano – de 40 para 39. 

A pesquisa mostra que as taxas de divórcios foram maiores nos casais entre 30 e 54 anos. As mulheres se separam mais entre 30 e 34 anos. Já os homens esperam um pouco mais, e pedem divórcio, na maioria das vezes, entre 35 e 39 anos e entre 45 e 49 anos. 

Quinze anos de união 

Atualmente, segundo a pesquisa, o brasileiro passa em média 15 anos casado, contra 18, cinco anos antes e 16, em 2001. Em alguns Estados, essa taxa de 2011 variou para mais ou para menos. No Piauí e no Ceará, esse tempo médio chega a 18 anos. Já no Acre, essa média não passa de 12. 

No país, ninguém se separa mais que os moradores do Distrito Federal. Lá, a taxa de divórcios chegou a 4,8, quase o dobro da média nacional. Já o maranhense é o que menos se separa entre os brasileiros, com média de 1,1 – menos da metade nacional. 

Ainda segundo os dados estaduais, é possível perceber que o número de separações é maior normalmente nos Estados mais ricos. Estados com maiores PIB (Produto Interno Bruto) per capita, como São Paulo (taxa de divórcio de 3,4) e Santa Catarina (taxa de divórcio de 3), por exemplo, apresentam taxas acima da média nacional. Os três Estados mais pobres do pais, além do Maranhão, Piauí (1,4) e Alagoas (2,4) apresentam taxas baixo da média. 

“Esta característica vem sendo adotada como padrão e se adequando às condições socioeconômicas da maior parcela da população brasileira”, explica o IBGE.


Reportagem de Carlos Madeiro, do UOL de Maceió
Fonte:
BOL Notícias



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