terça-feira, 2 de outubro de 2012

"Pequenas Grandes Guerras" - prefácio do livro





Bem vindo ao livro “Pequenas grandes guerras”! 

Este livro foi feito com os textos produzidos pelos participantes de uma oficina de criação literária, ministrada pelo escritor Marcelino Freire no SESC Santo Amaro entre os meses de junho e julho de 2012. Durante seis encontros Marcelino Freire “desafiou” os participantes a escreverem sobre vários assuntos, como a palavra mais antiga que se lembravam, amor, guerra, morte, arrastões em restaurantes, etc. Aceitando o desafio proposto, os participantes se muniram de palavras para o combate, o que resultou nos “escritos, microcontos, poesias e outras munições literárias” que você lerá nas próximas páginas. 

Marcelino Freire, escritor talentoso que luta para democratizar a Literatura por este Brasil afora, durante a sua oficina tentou fazer os participantes compreenderem que se aprende a escrever escrevendo, que no cotidiano encontramos vários temas interessantes para serem trabalhados e que pequenos textos como micro e minicontos, podem trazer mensagens tão significativas quanto um livro de 500 páginas. Muito mais coisas sobre a Literatura e o ato de escrever foram ditas por Marcelino, que dividiu com os participantes da oficina um pouco de seu conhecimento. Por esta razão, em nome de meus companheiros eu lhe agradeço: 

- Obrigada, Mestre! 

Em nome de meus companheiros eu agradeço também a generosidade de Priya Drsti, um dos participantes da oficina que sendo editor, nos presenteou com a confecção deste livro: 

- Obrigada, Priya! 

O livro “Pequenas grandes guerras” trata dos conflitos cotidianos. Diferentes das “grandes guerras” que envolveram muitas pessoas, chamando a atenção de todos para o que estava acontecendo, as “pequenas grandes guerras” muitas vezes são subjetivas, imperceptíveis ao olhar distraído por serem “banais”. 

No livro, estas “pequenas grandes guerras” se apresentam no conflito de uma pessoa com a sua religião, ao perceber que ao colocar em prática o que ela diz o resultado pode não é o esperado; no homem que para de acreditar no amor quando percebe que apesar de suas boas intenções, não é aceito por sua amada por conta de sua aparência; na mãe que acredita que por amor a seu filho deve “corrigi-lo” severamente, talvez por ter sido educada assim; na luta de uma esposa pela sua autonomia, recusando se tornar uma propriedade de seu marido; no idoso que continua tendo “instintos masculinos”, mesmo não tendo no corpo o vigor de outrora para satisfazê-los; nas dificuldades enfrentadas na vida a dois, onde se busca nas coisas boas um motivo para relevar as que não agradam; nos sonhos que ao não serem realizados tiram o sentindo da vida, matando-a. 

Estes e outros combates você encontrará neste livro breve, de poucas páginas, com textos que algumas vezes só possuirão uma única linha. Apesar do formato enxuto tanto livro como de seus textos, eles trarão histórias completas. Caso queira, você que lê o que foi escrito por cada autor, pode preencher os detalhes que não foram explicitados de antes e depois em cada história, se tornando um coautor das mesmas. 

Para finalizar a apresentação do livro, quero dizer que nascer é entrar em uma guerra, onde muitas vezes precisamos vencer mais que uma batalha por dia para sobrevivermos - condução lotada, baixo salário, moradia inadequada, falta de comida, violência, etc. Por isso, todo guerreiro deve escolher uma arma para lutar por um mundo melhor, tanto para si como para as pessoas que o cercam. Para alguns a arma escolhida são as palavras, que se tornam munições literárias quando viram histórias que denunciam o que acontece na sociedade. Você já experimentou usar esta arma? Tente! Nós, autores deste livro, estamos aprendendo a usá-la. Acompanhe-nos! E se puder também faça uma oficina literária com o Marcelino Freire. Você vai gostar! 


Kátia Pessoa



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